Será Bill Callahan invisível? Cantará numa frequência inaudível? Será por estar envolto em smog ou apenas porque calha,hã? Bill Callahan é um experiente cantautor norte americano já com uma dúzia de trabalhos em nome de Smog e (smog), projecto pessoal que manteve entre 1988 e 2005. Presentemente assina em nome próprio e realizou dois excelentes trabalhos Woke on a whaleheart de 2007 e Sometimes I wish we were an eagle de 2009, que desvendam um outro homem que finalmente escancara a janela do seu quarto, deixando entrar a luz matinal e a frescura da sua companheira Joanna Newson, deixa de lado o seu sofrimento e egoísmo, acelera o seu rítmo cardíaco e confessa-se em bom som. Apesar desta mudança e da sua autenticidade ainda poucos são os que o querem ouvir. Mas, mais importante, também são poucos os que cantam como Callahan. "I will allways love you… my friend!"
publicado a 3 de julho de 2009
Este tinha, embora numa versão diferente, sido exposto em Berlim na Rosalux. Tortíssimo porque a grade foi montada num vão de escada, foi desengradado e voltado a montar e com os devidos acertos (extenso restauro) e voilá. o tchetcheno volta à liça com novos argumentos. A data é de 2007-8.
Blog de Gonçalo Pena, Maio de 2009
O que acontece, de facto, é que eu sou um crente. Todavia, não tenho religião, não sou católico, não sou muçulmano, não sou absolutamente nada. Vejo a música como a minha religião. Para mim, é uma partilha com os outros seres humanos. É por isso que gosto de tocar com outros artistas. Estou sempre ansioso de aprender qualquer coisa de novo com eles e de lhes dar aquilo que faço.
Ray Lema
Quero viver no futuro, não no passado mas não quero saber o que será o futuro, apenas quero chegar lá.
John Cale
O diabo não existe. É Deus com uns copos a mais.
Tom Waits
Baby Dee voltou à Zé dos Bois. Em 2006, veio sozinha apenas com os seus inseparáveis amigos piano, harpa e acordeão. Este ano trouxe uma surpresa: John Contreras no violoncelo e Alex Nielson na bateria, dois jovens músicos muito talentosos que formam a sua sui generis banda e que deram um toque diferente a este concerto. Baby Dee cantou e tocou piano...muito bem como sempre. Mas também deu teatro, com as suas famosas botas à vagabundo (as da capa do álbum Made for love de 2005), meias às riscas, t-shirt de Cleveland (sua terra natal), cabelo cor-de-laranja, copo de conhaque na mão, soltou as suas risadas traquinas, gozou com tudo e todos, pavoneou-se, ofereceu azeitonas... Ou seja, na espectativa que este concerto não superaria o anterior, tornou-o diferente e novamente inesquecível. E sobretudo deu-nos de novo a lição mais importante - ser tu mesmo, gostar de todos, divertir ao máximo, abrir as asas e voar.
fotografia de joão semog
Norberto Lobo arrebata, hipnotiza. Ficamos a pairar no ar. Não ouvimos nem vemos mais nada. Só aquelas melodias magistralmente tocadas. O concerto de Lisboa na Casa do Alentejo, no dia 5 de Junho, foi intenso... para nós e para ele. Overdose de notas e acordes de guitarras. Valeu-nos a Metadona que pudemos finalmente trazer para casa, o seu novo álbum Pata Lenta, que dá para ouvir sentado na tranquilidade de casa sem começarmos a levitar. Este trabalho soa mais maduro e seguro, mas menos inovador e experimental que o álbum de estreia Mudar de bina de 2007. Um lobo virtuoso, manso embora extremamente ágil, de audição muito aguçada, olho vivo e palhetas no lugar das unhas. Toca em Lisboa, seu habitat natural, Norberto, o lobo da pata rápida.
publicado a 12 de Junho de 2009